A diverticulose, ou Doença Diverticular, é definida como a presença de formação sacular na parede do intestino causada por alterações da motilidade intestinal e aumento da pressão intraluminal. Alguns fatores de risco para o desenvolvimento dessa patologia são: sedentarismo, pouca ingesta de fibras, aumento de ingesta de gorduras ou carne vermelha e obesidade.
A prevalência da doença diverticular aumenta com a idade, sendo mais comuns em pacientes acima dos 50 anos, porém com as mudanças comportamentais e dietéticas essa alteração intestinal tem sido cada vez mais precocemente encontrada.
O diagnóstico dessa anormalidade pode ser feito através de colonoscopia ou de tomografia em exame de rotina ou durante algum tipo de complicação como hemorragia digestiva ou diverticulite aguda (inflamação).
O sangramento pode ocorrer em até 15% dos pacientes com doença diverticular e na maioria das vezes é autolimitado, ou seja, sem necessidade de tratamento específico. O diagnóstico deve ser feito através de endoscopia e colonoscopia para avaliar o sangramento e afastar diagnósticos diferenciais. O tratamento deve ser clínico inicialmente podendo ter necessidade de transfusão sanguínea ou em casos mais graves pode haver a necessidade de tratamento endoscópico, radiológico ou cirurgia para retirada do intestino.
Outro tipo de complicação é a diverticulite aguda que pode acometer de 15 a 25% de todos os portadores de divertículos colônicos. Nesse divertículo, fezes podem penetrar e ficarem retidas, com o risco de colônias de bactérias ali se alojarem e proliferarem, gerando assim o quadro de inflamação e infecção do divertículo.
Diante de um quadro agudo de diverticulite, seu tratamento precisa ser individualizado, variando de acordo com a gravidade da afecção. Casos mais leves podem ser resolvidos com antibióticos, dieta específica e analgésicos. Porém, diante de um quadro grave, pode ser necessária uma cirurgia de urgência.
Com a melhora nos tratamentos radiológicos e clínicos, temos conseguido cada vez mais programar a cirurgia de forma eletiva (agendada e programada) após o tratamento do quadro agudo, para ressecção completa do segmento intestinal acometido pelos divertículos.
Hoje em dia a abordagem cirúrgica eletiva da doença diverticular é indicada de acordo com o grau de complicação do quadro de diverticulite. Portanto, um único episódio de diverticulite com algum tipo de complicação e gravidade pode ser indicação de cirurgia eletiva.
Como essa é uma conduta bastante individualizada, somente um Cirurgião do Aparelho Digestivo pode decidir por essa cirurgia junto com você. Se você tem doença diverticular dos cólons, escolha um profissional de sua confiança e faça um seguimento de rotina.
Se você teve um quadro de diverticulite e não sabe se deveria operar de forma preventiva, agende uma consulta com nossa equipe para analisarmos o seu caso e o orientarmos.
E vale lembrar: se você tem mais de 45 anos e nunca fez uma colonoscopia preventiva, deixe seu preconceito e/ ou medo de lado e venha fazê-la. Afinal, o velho ditado “prevenir é melhor do que remediar” continua sendo verdadeiro e atual.