A compulsão alimentar é o transtorno alimentar mais comum, ainda pouco diagnosticado devido a vergonha que muitas pessoas sentem em revelar seus sintomas podendo acontecer em até 25% dos indivíduos que estão com sobrepeso ou obesidade.
É caracterizada pela ingestão descontrolada de uma grande quantidade de alimentos sem apetite e quase sem mastigar até a plenitude. O ato é inconsciente e após o acontecido o paciente fica constrangido, cansado e com sentimento de culpa, porém sem recorrer a atos compensatórios como o vômito forçado, uso de laxantes ou diuréticos, o que o diferencia da bulimia.
Um outro padrão de alimentação “beliscadora” também pode ser considerado uma forma de compulsão alimentar, já que o consumo frequente de pequenas porções de alimento ao longo do dia pode ter como resultado uma grande ingesta de calorias neste período, levando as mesmas alterações da compulsão clássica.
A longo prazo esse comportamento pode levar a doenças como obesidade, diabetes, hipertensão, dislipidemia, distúrbios do sono e dores crônicas (fibromialgia).
Vale lembrar que o transtorno não é uma contraindicação de cirurgia bariátrica, mas quando identificado deve ser tratado antes do procedimento evitando comprometimento dos resultados e aumento de risco pós-operatório. A cirurgia bariátrica serve como medida para a perda de peso e controle das comorbidades associadas à obesidade. Além disso o seguimento com psicólogo e psiquiatra após a cirurgia se torna essencial para o sucesso e manutenção do tratamento.