Tratamento Cirúrgico da Obesidade Mórbida

A obesidade é uma doença crônica, sendo considerada um dos maiores problemas de saúde pública na atualidade. A sua incidência está aumentando em proporções assustadoras nos últimos anos. O tratamento cirúrgico é o único método que resulta em perda de peso prolongada e reduz os riscos de complicações e morte causadas pelas das doenças associadas à obesidade mórbida. Com o objetivo principal de proteger os pacientes, o Conselho Federal de Medicina regulamentou as indicações e os tipos de procedimentos cirúrgicos que podem ser utilizados no Brasil para tratar os pacientes com obesidade mórbida. (Resolução do CFM 1.942/2010).

Quem pode ser submetido a Tratamento Cirúrgico?

Pacientes com IMC (Índice de Massa Corpórea) acima de 40 ou acima de 35 que apresentem doenças associadas que ameacem a vida como: diabetes, hipertensão, colesterol elevado, apneia do sono, doenças articulares e doenças das artérias do coração, esteatose hepática e depressão.

Imagem representativa de cálculo do Índice de Massa Corporal.

Devem ter mais de 18 anos de idade. Idosos e jovens abaixo de 18 anos podem ser operados somente após precauções especiais.

Ter feito tratamento clinico (dieta e/ou medicamento) prévio insatisfatório por no mínimo 02 anos.

Compreensão pelo paciente e seus familiares dos riscos e mudanças de hábitos inerentes a uma operação e da necessidade de acompanhamento pós-operatório com a equipe multidisciplinar por toda a vida do paciente.

Tipo de Procedimento:

1. Balão Intragástrico

Consiste na introdução de um balão inflável de silicone dentro do estômago por via endoscópica. Logo após a sua introdução, o balão é inflado com cerca de 500 ml de soro com azul de metileno, com finalidade de reduzir a capacidade do estômago e a ingestão de alimentos. Trata-se de um procedimento ambulatorial (o paciente não precisa ser internado) e de uso temporário com duração de 6 a 8 meses. A perda de peso média é de 12 a 15% após 6 meses. O uso do balão é contraindicado em pacientes com algumas doenças, principalmente do esôfago e estômago.

Imagem ilustrativa de endoscópio no estômago.

2. Gastrectomia Vertical

Também conhecido como gastrectomia sleeve, consiste em retirar uma grande parte (70 a 80%) do estômago deixando apenas um segmento em forma de tubo. Além da redução da capacidade do estômago (procedimento restritivo), esta operação causa diminuição do apetite por reduzir a produção de um hormônio chamado grelina pelo estômago.

As principais características desta operação são:

  • Complicações nutricionais são mínimas no pós-operatório.
  • Perda de peso média de 30% após um ano de cirurgia.
  • Apesar da perda de peso ser adequada nos primeiros anos, os resultados a longo prazo (mais que 10 anos) ainda não são conclusivos.


Se o paciente não perder muito peso, pode ser realizado um procedimento revisional adicional.

Imagem ilustrativa de gastrectomia vertical.

3. Bypass Gástrico (Gastroplastia com Derivação Intestinal):

Consiste em dividir o estômago em duas câmaras. A maior fica excluída da trajetória do alimento, em repouso, mas mantém a produção de enzimas que ajudam na digestão. A parte menor (novo estômago) apresenta capacidade em torno de 50 ml, desta maneira, a quantidade de alimentos ingeridos, assim como a absorção é menor. Com isso, ocorre diminuição do apetite e satisfação precoce devido à redução na produção de alguns hormônios. Trata-se de uma técnica mista levando a perda de peso e melhora considerável de comorbidades como diabetes e pacientes com colesterol elevados. Estima-se uma perda média de 35% do peso após um ano de cirurgia com altas taxas de manutenção do peso a longo prazo.

Imagem ilustrativa de procedimento de Bypass Gástrico.

É necessário que o obeso tenha plena consciência que seu tratamento não se encerra na alta hospitalar, mas que necessitará submeter-se às regras de comportamento que lhe assegurem o melhor resultado possível. Para isso, contará com o apoio e intervenção, sempre que necessário, da equipe multidisciplinar. Portanto, fazer a cirurgia ou não, é uma decisão do paciente, da família e dos médicos. Quando bem indicada, é capaz de transformar a realidade do paciente obeso, tornando-o saudável e disposto para as atividades do dia a dia.

Somado a isso, ao perderem peso, melhoram sua auto-estima e fazem das atividades físicas um hábito.

Iniciamos a realização das cirurgias para tratamento da obesidade mórbida em 1999, após longo período de aprendizado e estágios no Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo. Contamos hoje com um total de mais de 8000 pacientes operados, com resultados excelentes, o que nos tem deixado cada vez mais entusiasmados com o tratamento cirúrgico da obesidade mórbida.

Esse tema é apresentado por nós, a todas as pessoas que tenham interesse no assunto, obesos ou não, em reuniões de aproximadamente 45 minutos, com projeções de slides, depoimentos de pacientes, já operados, e espaço aberto para dúvidas. As palestras são realizadas mensalmente no Anfiteatro do Centro Empresarial Pereira Barreto localizado na Avenida Pereira Barreto, 1.395, Santo André. Para mais informações, entre em contato conosco.